domingo, 21 de junho de 2015

SECRETÁRIO NACIONAL DO PAIGC APRESENTA DEMISSÃO NO COMITÉ CENTRAL

O Secretário nacional do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Abel da Silva, apresentou a sua demissão ontem a noite na reunião do Comité Central que decorre na sede desta formação política, em Bissau.

Segundo uma fonte partidária, Abel da Silva justificou a decisão devido à falta de condições técnicas, materiais e políticas para o cumprimento cabal do cargo que assumiu na sequência do Congresso de Cacheu, realizado no início de Fevereiro de 2014 e ganho por Domingos Simões Pereira.

De acordo com a mesma fonte, Abel falou na reunião na sequência do líder do PAIGC que durante a intervenção afirmara “não ter mais confiança no actual Secretário Nacional do partido” e propôs o Aly Hijazi, membro do Bureau Político, como substituto no cargo.

Contudo, adianta a nossa fonte, vários intervenientes no encontro apelaram ao entendimento e a necessidade de se encontrar uma solução que permita ao Abel da Silva manter-se no cargo.


Os membros do Comité Central estão debater neste momento o segundo ponto da agenda, nomeadamente, análise da situação partidária. Com Odemocrata

2 comentários :

  1. Fernando Casimiro -Sejamos realistas e razoáveis quando falamos de Confiança ou da sua falta tendo em conta instituições político-partidárias e os seus reflexos numa perspectiva comparativa e, tomando em consideração relacionamentos institucionais de âmbito Nacional... Se a hierarquia partidária assume as competências estatutárias para fazer e desfazer o que foi obtido nas eleições para o dirigismo partidário, alegadamente em nome de uma "falta de confiança política", é bom que essa hierarquia não se esqueça, igualmente, das competências fundadas em argumentos constitucionais que podem justificar a falta de confiança num Governo... É imperativo que os actores políticos e da governação deixem de promover conflitos sustentados por disputas de protagonismo, capazes de lhes dar razão numas coisas e de lhes tirar razão noutras, ao ponto de, numa semelhança de argumentos para justificar uma ruptura, se cair no erro de promover a mesma sustentação de falta de confiança ou de instabilidade institucional grave... Saibamos trabalhar em prol de uma Guiné-Bissau Positiva, de forma transparente, tolerante e aceitando a diferença e a diversidade de pensamento.
    Não adianta criar inimigos, "bodes expiatórios", porque a Unidade Nacional contempla todos os Guineenses, cada um com a sua forma de ser e de estar; cada um com a sua visão, opinião e sugestão para se conseguir o melhor para o País de todos nós, a Guiné-Bissau!
    Um líder partidário não é nenhum deus, mas exige-se dele capacidade de liderança, quiçá, de relacionamento com todos os militantes, dirigentes, em suma, com toda a estrutura do seu Partido.
    A pior e a última solução na resolução de conflitos de interesses partidários é obviamente a destituição, de um dirigente pelo líder Partidário, ao abrigo das suas competências fundadas no Estatuto do Partido, sem que se conheçam as verdadeiras razões dessa destituição, apenas sustentada por "Falta de Confiança".
    É triste e penoso, continuar a assistir a lutas intestinas no seio do PAIGC com reflexos consequentes no Estado, no País e no Povo.

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  2. Fernando Casimiro -Havendo um Parlamento "Inclusivo" e um Governo "inclusivo" é praticamente impossível que os Partidos políticos afectos a essa "Inclusividade" tenham uma agenda política de uma normalidade democrática, capaz de dar vida e voz aos Partidos, tendo em conta o realismo do poder de quem governa e de quem está na oposição.
    O Secretário Nacional de um Partido não é o líder de um Partido.
    O Presidente de um Partido não deve delegar a liderança partidária!
    Quando o Presidente de um Partido assume o cargo de Primeiro-ministro de um País, por via da vitória eleitoral do seu Partido nas eleições legislativas, o mesmo Primeiro-ministro não deve dispensar a sua liderança e capacidade de dirigismo e de influência no seio do Partido que dirige e que possibilitou a sua nomeação para a chefia do Governo.
    Há que ganhar sempre o Partido para continuar a merecer a confiança para dirigir o Governo.
    Quando se delega a "liderança" do Partido, está-se, a meu ver, a divorciar-se do Partido; está-se, consciente ou inconscientemente a permitir que outros assumam as rédeas do Partido e, consequentemente, num "jogo de cintura", venham a assumir a chefia do Governo.
    A liderança Partidária é fundamental para a sobrevivência de uma Governação ganha por um Partido com maioria absoluta!
    Na Guiné-Bissau, o modelo consensual obtido, alegadamente em nome da Estabilidade Governativa, "matou" a oposição, quiçá, um dos alicerces da disputa política e democrática para a conquista do poder através do voto nas eleições e, paradoxalmente transformou o Presidente da República no único fiscalizador e opositor em função da sua interpretação, da acção governativa desviante.
    Já era tempo de se começar a pensar nas consequências para a viabilidade, sobrevivência e, ou afirmação dos Partidos políticos, num regime de experimentação de uma inovação consensual, para lá da sustentação científica da democracia na Guiné-Bissau.

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