segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Dom José Camnaté Na Bissing , bispo de Bissau, pede guineenses para se inspirarem no legado de Dom Settimo Ferrazzetta para enfrentar a crise política

O Bispo da Diocese de Bissau, Dom José Camnaté Na Bissing, pediu este domingo, 19 de Novembro 2017, os guineenses para se inspirarem no legado de Dom Settimo Arturo Ferrazzetta para melhor enfrentar a crise política do país. “Um ser humano não pode ser avaliado pelo que produz, mas deve ser acolhido e amado pela sua dignidade por isso todos os cidadãos devem contribuir para um mundo justo e fraterno”, lançou o Bispo de Bissau.

José Camnaté Na Bissing falava perante milhares de fiéis durante a homilia da Missa do encerramento das celebrações dos 40 anos da criação da Diocese de Bissau sob lema “A Igreja deve indicar a todos o Caminho da Verdade, da Justiça, da Concórdia e do Diálogo Permanente”, realizada no Seminário Menor em Bissau.

Camnaté Na Bissign disse que é importante saber viver o tempo presente de modo digno, aguardando assim a “Vinda do Senhor”.

O responsável máximo da Igreja Católica da Guiné-Bissau, enalteceu as boas obras do primeiro Bispo de Bissau durante 22 anos (seu antecessor), na implantação das missões católicas em todo o território nacional, acolhimento de várias congregações missionárias estrangeiras, introdução de línguas e instrumentos locais na Igreja, diálogo inter-religioso, promoção de justiça social.

“O Primeiro Bispo da Guiné-Bissau, Dom Settimo Arturo Farrazzetta, procurou concretizar na sua vida o ensinamento da palavra de Deus e sempre utilizava essas palavras “A Verdade Vos Libertará”, por isso que gostaria de centrar a nossa meditação sobre a sua figura, não só para recordar dele, mas também e sobretudo para encontrar na sua vida e obra a inspiração necessária e a coragem para enfrentar a atual situação política do país que continua ser inquietante”

A celebração ainda foi marcada com a ordenação de dois padres diocesanos nomeadamente, Victor Pereira e Mateus Ernesto Djata e um diácono, Eduardo Indeque da congregação “Preciosíssimo de Sangue de Cristo.

Participaram na cerimónia da celebração dos 40 anos da criação de Diocese de Bissau que juntou milhares de fiéis de diferentes paróquias das dioceses de Bissau e Bafatá, Bispos da Sub-região, representantes do Governo, da Assembleia Nacional Popular, partidos políticos, corpos diplomáticos, líderes das comunidades muçulmanas e evangélicas do país.

Até 1940 todo o território de Guiné-Bissau dependia da Diocese da Praia em Cabo Verde. Nesse mesmo ano, dia 4 de Setembro, a pedido da Conferência Episcopal da Metrópole, a Província da Guiné Portuguesa é desmembrada da diocese praiense e constituída em Missão Sui Iuris por Pio XII com o nome de Guiné Lusitana. O padre franciscano José Ribeiro de Magalhães é constituído seu primeiro superior eclesiástico. Veio a falecer em 1953. No mesmo ano é nomeado outro sacerdote franciscano, o padre Martinho da Silva Carvalhosa.

No dia 29 de abril de 1955 a missão passa a designar-se por Prefeitura Apostólica da Guiné Portuguesa, e o superior da missão, o padre Martinho da Silva Carvalhosa é eleito o seu primeiro bispo no dia 1 de maio do mesmo ano. Meses depois da constituição da Republica da Guiné-Bissau, ou seja, no dia 1 de Janeiro de 1975, a prefeitura apostólica muda o seu nome para Prefeitura Apostólica de Guiné-Bissau, tendo como centro a cidade de Bissau. É bispo na altura Dom Amândio Domingues Neto, que resignou do seu cargo em 1977, vindo a falecer a 23 de janeiro de 2004.

No dia 21 de Março de 1977 a prefeitura apostólica é elevada à categoria de diocese, tendo a capital guineense a sede episcopal. Settimo Arturo Ferrazzetta, o último sacerdote da ordem franciscana, é designado bispo residencial. Dom Settimo nasceu no dia 8 de dezembro de 1924, na cidade italiana de Selva di Progno. Veio a falecer no dia 26 de Janeiro de 1999. Morrendo com fama de santidade, a causa da sua canonização foi introduzida pela diocese de Bissau. No dia 15 de Outubro do mesmo ano o papa João Paulo II nomeia o primeiro bispo guineense, natural de Mansoa, sacerdote desde 31 de dezembro de 1982. O sua sagração episcopal veio a realizar-se no dia 12 de fevereiro de 2000, sendo sagrante principal o Arcebispo Jean-Paul Aimé Gobel, na altura núncio apostólico em Guiné-Bissau e Arcebispo titular de Calatia.

De 27 a 28 de janeiro de 1990, a diocese de Bissau teve a visita do Papa João Paulo II, primeiro papa a viajar à Republica da Guiné-Bissau. Na altura o Santo Padre encontrou-se com os sacerdotes, religiosos, seminaristas, catequistas e leigos na Catedral de Nossa Senhora da Candelária. Por ocasião da mesma visita pontifícia, foi inaugurado o primeiro Seminário Menor do país, dedicado a Nossa Senhora Estrela da Evangelização. 
Lista dos Bispos de Bissau
  1. José Ribeiro de Magalhães, O.F.M., de 20 de junho de 1941 até 1953.
  2. Martinho da Silva Carvalhosa, O.F.M., de 1953 até 1963.
  3. João Ferreira, O.F.M., de 25 de janeiro de 1963 até 1965.
  4. Amândio Domingues Neto, O.F.M., de 4 de abril de 1966 até resignar em 1977.
  5. Settimio Arturo Ferrazzetta, O.F.M., de 21 de março de 1977 até 26 de janeiro de 1999.
  6. José Câmnate na Bissign, a partir de 15 de outubro de 1999.
Dom José Lampra Cá, Bispo Auxiliar de Bissau anunciou que a “Conferência Episcopal” que congrega as dioceses da Mauritânia, Senegal, Cabo-Verde e Guiné-Bissau, que esteve reunido em Bissau [de 13 a 18 de novembro], escolheu, para 3 anos, Dom José Camnaté Na Bissing como Presidente do Conselho desta organização católica que reúne anualmente Bispos para discutir a vida da Igreja e situação económica e social dos respetivos países. Camnaté sucede o arcebispo de Dakar Dom Benjamin Ndiaye na presidência da conferência.

A comunidade cristã católica da Guiné-Bissau conta atualmente com duas Dioceses [Bissau e Bafatá], cerca de 40 paróquias e seis dezenas de padres nacionais. Com o "Odemocrata"

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